Massacre a envolver gangues haitianos provocou pelo menos 70 mortos, diz ONU

por RTP
Distribuição de alimentos num campo de deslocados na escola Lycée Marie Jeanne em Port-au-Prince, Haiti. Foto: Clarens Siffroy - AFP

Homens armados do gangue Gran Grif mataram esta quinta-feira pelo menos 70 pessoas na cidade de Pont-Sondé, no Haiti. O grupo atacou a população local com espingardas automáticas e disparou contra os moradores, segundo indicou um porta-voz do Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos esta sexta-feira.

“Estamos horrorizados com os ataques de gangues de quinta-feira na cidade de Pont-Sondé, no departamento de Artibonite, no Haiti”, disse a porta-voz Thameen Al-Kheetan, em comunicado.

Pelo menos outras 16 pessoas ficaram gravemente feridas no ataque das primeiras horas de quinta-feira, segundo a ONU. Os membros deste gangue terão incendiado pelo menos 45 casas e 34 veículos, obrigando os moradores a fugir das suas casas.
Mais de 700.000 pessoas estão deslocadas de suas casas no Haiti, das quais mais de metade são crianças, indicou a ONU a 2 de outubro, numa altura em que a violência dos gangues assola o país.
“Este crime odioso contra mulheres, homens e crianças indefesos não é apenas um ataque contra as vítimas, mas contra toda a nação haitiana”, afirmou o primeiro-ministro Garry Conille através da rede social X.

Numa mensagem áudio partilhada nas redes sociais na quinta-feira, o líder do gangue Gran Grif, Luckson Elan - que foi alvo de sanções da ONU no mês passado - culpou o Estado e as vítimas pelos ataques, acusando os residentes de permanecerem passivos enquanto os seus soldados eram mortos pela polícia ou por grupos de vigilantes.

“A culpa é dos residentes de Pont-Sondé. O que aconteceu em Pont-Sondé é culpa do Estado”
, defendeu.

Os meios de comunicação locais adiantaram esta quinta-feira que milhares de residentes de Pont-Sonde se dirigiam para a cidade costeira de Saint-Marc para escapar à violência.

Pont-Sonde é uma cidade com grande produção de arroz, localizada numa região que é considerada o “celeiro do Haiti”, a norte da capital, Port-au-Prince.

(com agências)
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